
Por muito tempo, o porto foi um território dominado por homens. A imagem do estivador sempre foi associada à força bruta, ao suor, ao peso das cargas e à resistência física. Mas, se tem algo que a
história já provou, é que força não se mede apenas pelos músculos. Determinação, coragem e resiliência são tão poderosas quanto qualquer tonelada levantada. E foi assim, rompendo barreiras, que a mulher entrou no porto.
Onde Tudo Começou?
As primeiras mulheres a pisarem no cais como trabalhadoras portuárias tiveram que enfrentar olhares de dúvida, desconfiança e até desprezo. Eram vistas como uma “exceção”, uma “novidade” que talvez não fosse durar muito. Mas nós provamos o contrário. Desde a luta sindical até as primeiras contratações, cada passo foi uma batalha contra um sistema que insistia em nos excluir.
Não foi fácil. Muitas de nós tiveram que lidar com a falta de estrutura, a resistência de colegas, o preconceito e o assédio. Quantas vezes ouvimos que “esse não é lugar para mulher”? Quantas vezes duvidaram da nossa capacidade? Mas, ao invés de nos fazer recuar, isso só fortaleceu nossa vontade de continuar.
As Dificuldades no Caminho
Dúvida sobre a nossa capacidade: Tivemos que provar todos os dias que éramos tão competentes quanto qualquer outro trabalhador.
Falta de infraestrutura: Vestiários, banheiros, equipamentos de segurança… o ambiente do porto não foi pensado para as mulheres, e tivemos que lutar por condições mínimas de trabalho.
Preconceito e assédio: Infelizmente, muitas de nós enfrentaram piadas, comentários maldosos e atitudes que tentavam nos desestimular.
Dificuldade na ascensão profissional: Por anos, as mulheres ficaram restritas a poucas funções, como administrativas ou de apoio, enquanto o trabalho operacional era “reservado” aos homens.
Vitórias Conquistadas
Apesar de tudo, seguimos firmes. Hoje, somos estivadoras, operadoras de guindaste, conferentes, técnicas de segurança, supervisoras e até lideranças dentro dos portos. Aos poucos, as estatísticas começam a mudar e o reconhecimento chega, ainda que a passos lentos.
Estamos escrevendo um novo capítulo da história portuária. Um capítulo onde o talento, a dedicação e o esforço são mais importantes do que o gênero. Onde a diversidade enriquece o trabalho e torna o porto um espaço mais justo para todos.
O Futuro: Mais Mulheres no Porto
Ainda há muito a ser feito. Queremos mais mulheres no porto, queremos igualdade nas oportunidades, queremos que o ambiente seja cada vez mais seguro e respeitoso para todas. Mas uma coisa é certa: não vamos parar. Somos mulheres do cais, guerreiras do porto. E onde houver barreiras, haverá também nossa luta para derrubá-las.
🚢💪 Se você é mulher e quer entrar para esse mundo, saiba que o caminho pode ser difícil, mas nunca impossível. E, acima de tudo, saiba que você não está sozinha. Somos muitas. E seremos cada vez mais.
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